Diante da alta turbidez do Rio Acre e da consequente redução na produção de água tratada na capital, a Defesa Civil de Rio Branco colocou em ação um plano de contingência para assegurar o abastecimento de serviços essenciais, como hospitais, escolas, delegacias e o presídio estadual.
A medida busca evitar interrupções em setores prioritários enquanto o sistema de tratamento segue em processo de normalização.
De acordo com o coordenador do órgão, tenente-coronel Cláudio Falcão, a ação tem caráter preventivo e deve ser acionada sempre que houver risco de desabastecimento.
“Os caminhões-pipa já estão de prontidão para atender esses locais caso seja necessário, garantindo que os serviços essenciais continuem funcionando normalmente”, destacou o coordenador.
O Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) informou que o sistema de distribuição segue se estabilizando após dias de oscilação na produção. Atualmente, a Estação de Tratamento de Água (ETA) 2 opera em sua capacidade máxima, de 1.000 litros por segundo, enquanto a ETA 1 mantém produção de 578 litros por segundo, próxima do limite de 600 litros.
Na noite de quarta-feira, 22, um rompimento de cano na BR-364, nas proximidades da sede da Polícia Federal, agravou momentaneamente o cenário, com vazamento de grande volume de água. O reparo foi concluído ainda na mesma noite, segundo o Saerb.
A redução temporária no abastecimento tem como causa a turbidez elevada do Rio Acre, provocada pelo aumento de sedimentos trazidos pelas chuvas intensas registradas desde setembro. Em alguns dias, os índices ultrapassaram 2.000 Unidades de Turbidez Nefelométrica (NTU) — mais do que o dobro do limite ideal para tratamento, que é de 800 NTU.
A ETA 1, responsável por cerca de 40% da captação de água de Rio Branco, e a ETA 2, que abastece aproximadamente 60% da cidade, estão operando no limite de suas capacidades para atender à demanda.
Enquanto os níveis de turbidez não retornam à normalidade, o Saerb recomenda o uso racional da água, especialmente nos bairros afetados pela redução no fornecimento. A orientação é evitar desperdícios para que o abastecimento possa se manter regular até a plena recuperação do sistema.
 
				
