Na manhã da última terça-feira (23), a vereadora Veinha do Valmar, a mais votada nas últimas eleições municipais de Tarauacá (AC), protocolou uma denúncia formal no Ministério Público Federal (MPF) contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O motivo é a ausência de médico perito na cidade, situação que tem causado indignação e prejuízos a centenas de moradores que dependem de perícias médicas para acessar benefícios como auxílio-doença, aposentadorias e pensões.
Apesar do último concurso público do INSS ter ofertado 250 vagas em todo o país, Tarauacá segue sem nenhum profissional designado. O servidor aprovado para atender a região foi alocado em Cruzeiro do Sul, o que deixou Tarauacá, Feijó e Jordão sem cobertura. A cidade, que é a terceira mais populosa do Acre, com cerca de 43 mil habitantes, permanece em completo vácuo assistencial, um reflexo do que a vereadora classifica como abandono institucional.
Veinha relembrou que, em março deste ano, já havia encaminhado um requerimento ao INSS solicitando a retomada das perícias mensais ou, ao menos, a adoção de um sistema remoto por videochamada. A resposta, porém, só chegou em agosto, com a justificativa de que o órgão “não dispõe de número suficiente de médicos peritos”.

“A saúde precisa ser tratada como prioridade. Tarauacá está, mais uma vez, sendo vítima do descaso. O INSS está desrespeitando a população”, escreveu a parlamentar em suas redes sociais.
A vereadora também destacou o caso de uma moradora diagnosticada com tumor cerebral, que aguardava o benefício por incapacidade. Mesmo em estado grave, o INSS exigiu deslocamento até Cruzeiro do Sul para a realização da perícia. A paciente acabou sendo internada na UTI, e Veinha divulgou uma imagem autorizada para mostrar a gravidade da situação.
“Como alguém nessas condições pode viajar para ser avaliado? É desumano, é revoltante”, desabafou.
Além dos moradores da zona urbana, o problema afeta de forma ainda mais severa as famílias da zona rural, muitas em situação de vulnerabilidade e sem recursos para custear o deslocamento até outras cidades.
“Tem gente que morre antes mesmo de ter o direito reconhecido. Isso é uma vergonha!”, concluiu a vereadora.
 
				
