O vereador Samir Bestene (PP) fez um pronunciamento contundente na sessão desta terça-feira, 21, na Câmara Municipal de Rio Branco, solicitando ações emergenciais por parte da gestão municipal para enfrentar a crise no abastecimento de água que atinge diversos bairros da Capital. O parlamentar destacou que a situação se agravou nos últimos dias, afetando diretamente a qualidade de vida da população.
“Essa pauta é uma preocupação de todos nós, vereadores, mas, principalmente, da população. Rio Branco está, mais uma vez, sofrendo com a escassez de água, um bem essencial para a vida”, afirmou Bestene.
O progressista mencionou a recente declaração do presidente do Saerb, Enoque Pereira, que atribuiu parte do problema ao alto índice de turbidez do Rio Acre, principal fonte de captação de água da cidade. No entanto, Samir alertou que a crise é recorrente e envolve problemas estruturais antigos no sistema de abastecimento de Rio Branco.
“Nos últimos anos, vimos a Estação de Tratamento de Água (ETA) ceder, falhas nas bombas e rompimentos nos dutos. Tivemos até audiência pública para discutir isso, mas pouco avançamos. Já foram investidos quase R$ 200 milhões no Saerb, mas a população ainda sofre com a precariedade do sistema”, criticou.
Bestene ressaltou que grande parte de Rio Branco — incluindo bairros como Bela Vista, Bosque, Floresta, e regiões da parte alta da cidade — está enfrentando dias sem água nas torneiras, obrigando moradores a recorrerem à compra de caminhões-pipa ou galões, o que representa um custo alto para famílias de baixa renda.
“Nós vivemos em uma região onde chove metade do ano. Será que não é possível pensar em alternativas de captação e armazenamento dessa água? Precisamos de um estudo técnico sério, porque não dá mais para depender apenas do sistema atual, que é de 30 anos atrás”, enfatizou.
Outro ponto levantado pelo parlamentar foi a baixa cobertura de hidrômetros em Rio Branco. Segundo ele, apenas cerca de 10% das residências possuem o equipamento, o que dificulta a medição real do consumo e contribui para o desperdício — estimado em 50% da água tratada.
“O Saerb precisa urgentemente implantar um programa de hidrometração, começando pelos grandes consumidores, como condomínios, hospitais e repartições públicas. Só assim conseguiremos aumentar a arrecadação e melhorar a eficiência do sistema. Hoje, o Saerb mal tem receita para cobrir seus custos”, alertou.
Por fim, Bestene reiterou que o problema da água deve ser tratado como prioridade pela Câmara Municipal e pelo Executivo. Para ele, investir em saneamento básico é investir diretamente na saúde pública da população. “É inadmissível que em pleno 2025 as famílias estejam pagando até R$ 80 por mil litros de água. Precisamos trazer esse debate para esta Casa e encontrar soluções urgentes. Água é saúde, é dignidade, é vida”, concluiu o vereador.