Uma nova polêmica sacudiu os bastidores políticos do Acre nesta segunda-feira (27/10). O episódio envolveu o diretor-presidente do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), coronel Mário César e o senador Alan Rick (UB) que disse que denunciaria o episódio à Polícia Federal e ao Ministério Público Federa (MPF), alegando que teria sido impedido de entrar no prédio do ISE por uma ordem do governo do Acre. Recentemente, o parlamentar rompeu relações com a administração Gladson Cameli (PP).
Fato negado com veemência pelo coronel Mário César. O diretor-presidente afirmou que o senador Alan Rick não foi impedido de entrar na Unidade Acre do Centro Socioeducativo do Estado, em Rio Branco. Segundo o coronel, o senador se recursou a seguir o protocolo de segurança adotado em todas as unidades, que proíbe a entrada de celulares e câmeras, inclusive por parte de servidores.
“O senador não foi impedido de entrar. Ele apenas não aceitou o protocolo de segurança, que exige deixar o telefone celular na recepção. Essa regra existe para resguardar a imagem dos adolescentes e garantir a segurança das unidades”, explicou o diretor.
Mário César também afirmou que não houve comunicação formal do gabinete do senador com a presidência do ISE sobre a visita, apenas um agendamento feito diretamente com o sindicato.
“O sindicato não tem gestão sobre as unidades. Se tivéssemos sido comunicados oficialmente, teríamos acompanhado a visita sem problema algum”, completou o coronel.
O senador rebateu a versão do ISE e disse que outros parlamentares já realizaram visitas semelhantes com assessores e uso de celulares, sem qualquer tipo de impedimento.
A visita, segundo o senador, havia sido marcada a convite do Sindicato dos Agentes Socioeducativos do Acre (SINTASE), com o objetivo de discutir as condições de trabalho nas unidades e tratar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 16/2025, relatada por ele no Senado Federal. A PEC propõe incluir os órgãos do Sistema Socioeducativo no artigo 144 da Constituição, reconhecendo a carreira como parte integrante da segurança pública.
De acordo com o gabinete do parlamentar, o Instituto Socioeducativo do Acre (ISE) foi formalmente comunicado sobre a agenda pelo Sindicato dos Servidores Socioeducativos. Um ofício enviado em 24 de outubro teria informado o presidente do órgão, coronel Mário César Souza de Freitas, sobre a visita às unidades Acre e Aquiry, marcada para às 9h do dia 27.
No entanto, ao chegar ao local, o acesso do senador foi condicionado à entrada sem celular e sem a presença de assessores, o que Alan Rick classificou como uma tentativa de restringir suas prerrogativas parlamentares.
“Essa restrição é uma obstrução ao princípio da transparência e um desrespeito ao exercício da atividade parlamentar garantida pela Constituição Federal, no artigo 49, inciso X”, afirmou o senador.